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Quer ser “Deus” por um dia?

Ainda ontem estive a rever o filme “Bruce Almighty” (acho que a tradução para Português se ficou por “Bruce Todo-Poderoso”).

Basicamente, é um filme em que o Jim Carrey assume o papel de “Deus”, dado que este último precisa de ir de férias.

E podem imaginar a quantidade de confusões que este apronta com todos os seus poderes.

O problema é que quando tenta corrigir algumas das “falhas” do mundo, acaba por estragar áreas que estavam bem e vice-versa.

Toda esta temática faz-me lembrar as empresas, as famílias, os grupos de amigos e os sistemas de aprovação que existem no seu meio.

Já sentiu na pele o seguinte:

“Quando agradamos a uns não agradamos a outros”?

De facto, quando nos damos com um grupo, o outro acaba por nos pôr de parte.

Se temos sucesso com um projecto, geramos a inveja de meio mundo.

Claro que todos nós, mais cedo ou mais tarde, passamos por este problema.

Seja no emprego.

Seja no nosso grupo de amigos.

Seja na nossa família.

Acaba por ser um tema recorrente.

A questão que se põe é: mas o que é que isto tem a ver com a questão da Liderança Intrapessoal e com o sucesso, que supostamente deveria ser o tema deste artigo?

A temática que aqui se verifica prende-se com a vertente do factor “Aprovação Externa”.

Também designado por “Sindroma do Cachorrinho”.

Quando fazemos algo de bem, muitas vezes temos tendência para voltar as costas e ficar à espera de que alguém nos passe a mão pelo pêlo e nos diga:

“Fizeste um trabalho espectacular, parabéns.”

Mas estará a pensar, e muito bem, mas isto é prejudicial?

Lamento informá-lo, mas no domínio do nosso sucesso e da nossa evolução, pode ser uma das coisas mais nefastas que temos de enfrentar.

Se, por um lado, é bom termos o “feedback” das pessoas mais próximas e das nossas chefias, quando caímos em exageros torna-se uma doença muito complicada de suportar.

De tal maneira, que as pessoas que sofrem dela acabam invariavelmente por desenvolver uma incapacidade para tomar decisões e avançar em situações adversas sem a certeza de virem a ter a “aprovação” de quem está à volta.

Ora o sucesso muitas vezes advém de irmos contra a corrente.

Na empresa, na família e até com os nossos amigos.

Se passamos a vida à espera ou com medo de perder a aprovação dos outros, acaba por ser uma vida vivida a meias.

“Vivir con miedo es como Vivir a medias”.

Sempre adorei esta frase.

Para ter sucesso há que ir contra a corrente e muitas vezes desbravar territórios onde todos dizem que não existe ouro.

Pessoalmente, tenho uma regra quando penso num novo projecto.

Guardo-o para mim até estar pronto para lhe dar início.

Normalmente, quando uma pessoa quer fazer um projecto que lhe dá prazer, o que é que faz?

Tem uma ideia e corre a procurar o parente ou amigo mais crítico que tem para lha contar.

E normalmente qual é a reacção deste?

“Vais fazer isso…?”

Muitos projectos de sucesso têm ficado na gaveta, porque as pessoas dão ouvidos a quem está à volta.

Mesmo as pessoas mais próximas de nós muitas vezes não entendem.

Por isso, se tiver de procurar validação, procure-a em si.

Volte a ser criança e brinque ao “faz de conta”.

Feche os olhos e imagine que já conseguiu montar o seu projecto de sonho.

Analise o que vê.

O que sente.

O que ouve.

Quem está à sua volta.

Invista algum tempo a jogar com tudo isso na sua mente.

E agora analise como se sente em relação a isso.

Como o seu corpo reage.

Quais os sentimentos que surgem.

Como se sente face a tudo isso?

É que o nosso corpo diz-nos muitas coisas através da manifestação física da nossa intuição.

Esta semana, pare para pensar novamente em todos os sonhos ou projectos que colocou na gaveta por causa da não aprovação dos outros.

Volte a brincar com eles na sua imaginação.

Faça o processo que descrevemos acima e vai ver que é capaz de ficar surpreendido face aos resultados.

Tem de tomar uma decisão importante?

Uma das coisas que mais nos aflige tem a ver com o facto de por vezes termos uma decisão importante para tomar e não sabermos que volta dar-lhe.

Uma das formas mais interessantes de resolver esta questão é utilizar o nosso inconsciente ou subconsciente (como preferirem chamá-lo) para nos ajudar.

O subconsciente é, de facto, um amigo fantástico, que nos ajuda a resolver estas situações ou até a termos novas perspectivas sobre o assunto.

Mas como é que nós conseguimos aceder a ele sem utilizar meios externos à nossa pessoa?

Muito simplesmente usando técnicas de Liderança Intrapessoal e auto hipnose.

O processo é bastante simples, necessitando para tal de estarmos num estado de relaxamento razoavelmente profundo para ser mais fácil.

Caso já tenham feito o exercício da âncora de relaxamento, basta que o usem para entrar num estado de relaxamento e depois o aprofundem da forma que temos usado, por exemplo, com a contagem de 10 para 1 em cada expiração.

Caso ainda não possua a sua âncora de relaxamento, o processo inicial para o relaxamento passa essencialmente pelos seguintes pontos:

1. Procure uma altura do dia em que disponha de 15 a 20 minutos para fazer este exercício sem ser incomodado.

2. Sente-se confortavelmente com os pés bem assentes no chão e com as pernas descruzadas.

3. Poise as mãos sobre as pernas e comece a relaxar fazendo 2 ou 3 respirações profundas.

4. Quando sentir o seu corpo mais calmo, comece a aprofundar o relaxamento imaginando que está a descer uma escadaria, bastante segura e iluminada, com um corrimão bastante seguro.

5. A escadaria tem 21 degraus. Imagine que cada vez que expira, desce um degrau. Vá expirando e contando, 21, 20, 19 … até chegar ao 1.

6. Nesta altura, deverá já estar bastante relaxado. De olhos fechados, abra as mãos e pouse-as com as palmas para cima, em cima dos joelhos.

7. Foque-se na decisão a tomar.

8. Peça ao seu subconsciente que lhe apresente uma imagem da decisão na sua mão esquerda. Pode fazê-lo em voz alta, ou só para si. Mas o facto de o fazer vai despertar uma parte de si que o vai ajudar.

9. Espere que a imagem se forme. Assim que aparecer, agradeça ao seu subconsciente. Este passo do agradecer é muito importante.

10. Agora peça ao seu subconsciente que na sua mão direita lhe forme uma imagem dos recursos que tem para poder tomar uma boa decisão.

11. Espere que se forme e novamente agradeça.

12. Agora junte as duas mãos uma por cima da outra como se estivesse a segurar algo no seu meio e não o quisesse deixar fugir.

13. Peça ao seu subconsciente que lhe crie no interior das suas mãos em concha uma imagem de como seria a decisão ideal.

14. Abra as mãos colocando uma por cima da outra e espere que a imagem se forme.

15. Agradeça ao seu subconsciente.

Após este processo, devemos respirar fundo e abrir os olhos. Não nos devemos prender com análises às imagens que apareceram.

A ideia é que isto fique a trabalhar durante o dia ou a noite no nosso subconsciente e possamos chegar a conclusões mais facilmente.