Será que falhar é uma opção?

Coaching, Medo de Falhar, Falhar, Sucesso, TurbulênciaJá pensou nisto a sério?

A nossa sociedade de hoje premeia quem tem sucesso e literalmente destrói quem não tem sucesso.

Se compararmos Portugal com os Estados Unidos, embora hoje em dia não estejam muito na moda por questões financeiras, uma das principais diferenças que encontramos é a cultura de empreendedorismo.

É uma forma um pouco redutora de colocar o problema, mas servirá para o raciocínio que queremos que sigam.

Se me perguntarem qual a diferença entre uma pessoa que tem sucesso e uma que não tem sucesso, claramente Vos digo:

“A pessoa que tem sucesso está disposta a falhar mais vezes e mais rápido do que uma pessoa normal.”

Acho que ainda vem dos tempos de escola, em que o sistema educativo (tenho 41 anos, por isso estamos a falar de há 30 anos) premiava quem falhava e muitas vezes olvidava quem fazia muito bem.

Premiava?

Sim! Quando trazíamos um teste para casa com uma negativa, o que é que acontecia?

Claro, éramos castigados.

Poderemos pensar:
“Mas isso é um castigo, não uma recompensa!!!”

Ao punirmos, de certa forma estamos dar algo ao cérebro, chamemos-lhe um prémio negativo, se quisermos.

O que acontece a seguir é que em vez de arriscar de peito aberto, provavelmente já o farei a pensar que se falhar vou ser castigado.

Este é um dos problemas da cultura de empreendedorismo em Portugal. As pessoas falham pouco, porque também tentam pouco, com medo do “prémio” que o falhar lhes poderá trazer.

Mas ao fim ao cabo, como é que se contraria esta cultura?

Como é que em tempos de aperto se criam estruturas nas organizações que permitam falhar em segurança?

Não existe uma resposta simples para isto, mas é algo que tem de ser introduzido progressivamente, para que a empresa possa, caso essa seja a sua estratégia, vir a ter uma forte cultura de inovação.

Graças a Deus que tive um chefe, quando estava a iniciar o meu percurso profissional, que me dizia muitas vezes:

“Zé, quero que tu falhes, pois se não falhares é sinal que também não arriscaste, ou seja, não estás a evoluir.
Agora, não falhes é a mesma coisa três vezes seguidas, que isso já dá direito a uma ida aos Recursos Humanos.”

Ainda hoje, quando me lembro disso, sorrio, mas o que é certo é que me incutiu nessa época uma cultura de risco que até hoje me acompanha.

Perguntava-me noutro dia um quadro superior de uma grande empresa Europeia com quem estive a trabalhar:

“Mas será que nos dias que correm nos podemos dar ao luxo de que as pessoas errem?”

A minha resposta foi simples:

“Será que se pode dar ao luxo de que não o façam?”

Uma empresa sem erros é uma utopia.

Se pensarmos em termos comerciais, qual a empresa que nunca erra?

Como cliente, o que acontece é que dou mais importância à forma como a empresa lida com o erro e à celeridade e eficiência com que o faz.

Isso, sim, é uma cultura de excelência!

E na sua empresa… erra-se muito?

Conteudo Relacionado: